O presente artigo visa apresentar a trajetória de Marie Gouze, dramaturga e ativista, que sob o pseudônimo de Olympe de Gouges publicou folhetins e peças teatrais como forma de luta pelos direitos das mulheres, dos negros e pobres que sofreram com o descaso de uma sociedade individualista e patriarcal. Marie Gouze nasceu em Paris, na França, filha de um produtor de teatro, teve acesso à educação e fez uso desse privilégio para questionar os limites da liberdade, igualdade e fraternidade pregadas pelos mentores da revolução francesa. Um exemplo disso foi a declaração dos direitos da mulher e cidadã, onde Olympe em 1791, elaborou 17 artigos, que tinham como objetivo reivindicar uma vida digna e um lugar social atuante para as mulheres. A declaração foi elaborada numa contraposição à publicação da declaração dos direitos dos homens lançada pelos jacobinos em 1789. No dia 3 de Novembro de 1793, foi guilhotinada, e segundo as autoridades políticas, sua morte derivou do seu desrespeito com a sociedade o que, neste caso, significava não ter subvertido o lugar social destinado culturalmente às mulheres, o lugar de mãe, esposa e dona de casa. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho é analisar a trajetória de Marie Gouze e seu ativismo pelos direitos das mulheres, demonstrando através dos seus escritos a desigualdade presente na sociedade do século XVIII, e o silenciamento atribuído as mulheres que lutaram avidamente pela conquista de igualdade. A metodologia utilizada artigo foi a pesquisa bibliográfica, na qual dialogamos com as seguintes autoras: Christine Escallier, Michele Perrot, Joessane de Freitas Schmidt, Maria Rosa Cutrufelli, Maria Walkíria Cabral, Luiza de Souza Lima Macedo, entre outras, que contribuem para pensarmos a revolução francesa e o papel das mulheres neste acontecimento histórico. Por fim, é necessário ter ciência de que apesar da pesquisa estar em andamento e as conclusões em aberto, fica notável que a trajetória de Marie Gouze é um importante capítulo nas transformações dos direitos das mulheres, e soma-se a uma rede composta por tantas outras que desenvolveram uma nova forma de ser mulher e de existir, lutando principalmente pela igualdade de gênero.
Palavras-chave: Marie Gouze. Revolução Francesa. Trajetória.