O presente trabalho tem por base a ideia de que a “Revolução de 1930”, a revelia daquilo que durante muito tempo convencionou – se pensar no meio historiográfico nacional, não conseguiu pôr termo à vida dos grupos oligárquicos regionais, ou sequer seus líderes pretenderam seriamente tal realização – salvo, é claro, o grupo minoritário dos indivíduos ligados ao Movimento Tenentista. A partir deste lastro, buscamos evidenciar a forma como se deu o processo de recomposição das elites oligárquicas da Paraíba. Para tanto, ao longo de nossa pesquisa, recorremos ao método prosopográfico, que muito nos auxiliou no processo de montagem dos perfis político – sociais dos representantes oligárquicos paraibanos, ademais, optamos igualmente pela utilização do método posicional, que nos foi bastante útil no exercício da análise que nos fez compreender a forma como certos indivíduos, a depender de suas posições (posições essas determinadas pelos mais diversos fatores), se viram melhor colocados nos jogos do poder político-partidário no pós-30; por último, nos beneficiamos ainda com a evocação do método de análise sócio histórico por meio do qual pudemos observar a existência de fatores como: tradição familiar, formação acadêmica, poder econômico, entre outros, responsáveis por consolidar o capital político desses grupos e indivíduos (Bourdieu, 1989). Desta forma, com base na observância dos critérios teórico-metodológicos concisamente descritos no presente resumo, chegamos às seguintes conclusões: o processo de recomposição política das elites oligárquicas estaduais no pós-30 obedeceu a velha estratégia do personalismo político, ao passo em que os mais diversos representantes oligárquicos do estado passaram a se organizar em torno das figuras dos três maiores chefes políticos da Paraíba após o outubrismo, José Américo de Almeida, Argemiro de Figueiredo e Ruy Carneiro; os partidos políticos criados a época no estado, Partido Progressista (PP) e Partido Republicano Libertador (PRL), carentes de agendas e ideologias políticas, serviram como espaços de congregação dos mais distintos sobrenomes da Paraíba, onde as relações foram ditadas com base em arranjos clientelistas, na medida em que os líderes partidários dispunham de capital político, social e/ou simbólico com os quais pudessem negociar com os grupos oligárquicos locais; o controle do aparelho municipal continuou sendo a base do poder oligárquico no pós-30; a “Revolução de 1930” não representou qualquer processo de renovação/depuração do meio político paraibano e, por fim, o uso político da memória de João Pessoa, deu ritmo e tônica ao processo de recomposição política das oligarquias locais. Desta feita, nossa pesquisa aponta para o seguinte fato: entre os anos de 1930 e 1945, ocorreu, a nível local e nacional, o processo de corrompimento do discurso revolucionário que outrora havia dado margem para a “Revolução de 1930”.
Palavras-chave: Recomposição Política. Representatividade Parlamentar. Assembleia Legislativa da Paraíba.