A Escola de Aplicação da UFPA e Paulo Freire: o audiovisual como atrativo no ambiente escolar

Publicado em: 06/03/2024
Autor(a) principal: Erike Gomes Pacheco
Co-autor(es): -
Orientador(a): Thiago Broni de Mesquita
Área temática: Ensino e educação histórica

Este trabalho busca compreender como o processo para a execução de um produto na modalidade de audiovisual engendrou o pensamento histórico na perspectiva do historiador Jörn Rüsen com alunos do 9º ano do Ensino Fundamental. Para alcançarmos tal tarefa será necessário a contextualização da produção dessa pesquisa. Neste sentido, precisamos abordar aspectos acerca da Escola de Aplicação. Por conta do fato da mesma ser uma entidade educacional federal, ligada a uma instituição acadêmica de ensino superior como a UFPA, a torna diferente das demais escolas públicas paraenses, tanto em estrutura quanto em qualidade de ensino com os seus mais diversos projetos. Dentre um desses referidos projetos, ocorreu ao longo de novembro de 2023 o XII Seminário de Institutos, Colégios e Escolas de Aplicação (XII SICEA) sob o tema geral “Inclusão e diversidades: percursos democráticos na Educação Básica”, o qual possuía a tarefa de socializar com integrantes das mais diversas instituições de ensino acerca das suas atividades em execução. Dessa forma, a administração pedagógica da escola estipulou a tarefa de cada professor ser responsável em elaborar um projeto para ser apresentado neste devido seminário com as suas turmas. Neste cenário, o professor Dr. Thiago Broni ficou responsável por homenagear a visita de Paulo Freire na Escola de Aplicação enquanto participava de uma conferência sobre alfabetização, em novembro de 1991. A proposta para as três turmas de 9° ano foi elaborada através da filmagem das leituras feitas pelos alunos de determinados fragmentos do livro “A Pedagogia do Oprimido”. Outros pontos foram os debates acerca da importância em homenagear esse personagem e o estado da Escola de Aplicação naquele período, pois durante muitos anos o acesso ao ensino desta instituição somente foi aberto aos filhos de servidores da UFPA. Algo diferente da atualidade, porque a definição dos novos alunos encontra-se nos sorteios efetuados entre as pessoas que demonstraram interesse em matricular os seus filhos, independente da situação social deste ambiente familiar. Assim conseguimos compreender a relevância de dialogar com o corpo estudantil o processo de execução e não somente a produção das gravações referentes às leituras do livro selecionado, porque cada um dos envolvidos vai possuir a possibilidade de engendrar uma das mais importantes operações específicas do ensino de história, a qual nesse caso refere-se ao pensamento histórico baseado nas pesquisas do professor Jörn Rüsen. Este cientista busca compreender o papel do professor de história enquanto mediador da ciência histórica em sala de aula com a principal tarefa de desenvolver o pensamento histórico, o qual é caracterizado enquanto uma série de processos de interpretação da realidade formadores de “constituições de sentido da experiência humana no tempo” (2001, p. 59). Podemos denominar esse acontecimento de “consciência histórica”. Consciência essa encontrada em nossa atividade exercida quando os alunos efetuam uma análise histórica da trajetória da instituição. Feito esse direcionado majoritariamente na compreensão de quais eram os sujeitos presentes naquele ambiente elitizado e por quais motivos eram eles os selecionados para terem acesso a um sistema de educação de qualidade em detrimento de outras crianças.

Palavras-chave: Ensino de história. Consciência histórica. Saber histórico escolar.

  1. Adriely Nazaré Almeida de Souza

    em resposta ao Trabalho

    8 de março de 2024

    Ótima apresentação, explicação excepcional, incrível a participação que o autor teve no projeto

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