Ao refletir sobre o anacronismo, nos vemos expostos a algumas definições e concepções pré-estabelecidas acerca do tema. Primeiramente, vamos ao sentido propriamente dito da palavra, no dicionário Oxford, disponibilizado pelo site de buscas google: “anacronismo é um erro de cronologia ou uma relação entre dois tempos”. Tal erro, como pensa um dos fundadores da Escola dos Annales, Lucian Febvre em sua obra “O Problema da Incredulidade do Século XVI” é definido como “pecado dos pecados”. Nesse sentido, o anacronismo representa um objeto que deve a todo custo ser evitado pelo historiador/historiadora, pois ele impõe a temporalidades diferentes sentidos e práticas que não condizem entre si. Por outro lado, a historiadora Nicole Lautier, que aborda as questões de passado e presente no fazer historiográfico, defende a compreensão do “presente pelo passado e o passado pelo presente” como uma forma de estudar história. Com isso, é evidente a necessidade da correlação entre temporalidades diferentes na prática do/da historiador(a). Entretanto, tal ação se faz ainda mais necessária quando se observa a atuação do professor de história na Educação Básica, a qual tem objetivos e especificidade diferentes da história que é trabalhada no meio acadêmico. Quando a abordagem vem para a história na Escola, evidentemente, a relação entre as temporalidades se mostra mais enfática. A constituição federal de 1988, afirma: “A educação é um direito[…], visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.” Assim sendo, a formação em história concedida pela Educação Básica deve dar conta, não apenas do passado e do presente, mas também do futuro. Partindo da premissa acima postulada, o objetivo do presente trabalho é produzir um Estado da Arte acerca da produção bibliográfica de autores que se debruçam sobre a relação entre as temporalidades no Ensino de História, realizando uma análise de como o tema vem sendo debatido pela literatura especializada, além dimensionar os objetivos da história, tanto na escola, quanto na academia. Para tanto, a metodologia utilizada, no primeiro momento, foi um levantamento bibliográfico de algumas obras que abordam as questões sobre temporalidades no Ensino de História e em seguida sobre Anacronismos, visto que essa discussão é mais recente. Assim, esse trabalho pode ser relevante para o campo, pois, a relação do anacronismo e Ensino de História ainda é pouco discutida. Dessa forma as conclusões preliminares, decorrentes da fase inicial do trabalho, retratam a existência um tabu que vem sendo quebrado quando se abordada a questão do anacronismo (a discrepância que iniciou com o pior pecado que o/a historiador/historiadora pode cometer ao uso controlado dessa relação entre temporalidades). Por esse motivo, é de suma importância distanciar os saberes acadêmicos e os saberes escolares. Visto que, na academia é necessário, mesmo com as demandas do tempo presente, manter o rigor científico e atribuir os valores de determinada época condizentes com aqueles agentes históricos. Entretanto, a formação para o tempo presente e para o futuro, está estreitamente ligada a criação dos valores estabelecidos hodiernamente.
Palavras-chave: Anacronismo. Temporalidades. Educação Básica.
Mickael Ruan Bastos de Menezes
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Trabalho pertinente e importante para o desenvolvimento da história ensinada, parabéns.
Matheus de Albuquerque
em resposta ao Trabalho
Pesquisa com potencial de se tornar um divisor de águas no que diz respeito aos estudos sobre Ensino de História. Parabéns pelo trabalho!
Geovane Eleres
em resposta ao Trabalho
Trabalho de excelência, refletindo sobre a barreiras do uso do anacronismo e como ele pode ser devidamente usado
Beatriz Victória
em resposta ao Trabalho
Seu trabalho me parece ter um potencial de mudanças extremamente relevantes para o campo da historiografia do ensino de história. Os questionamentos que a pesquisa se empenha pode abrir novos caminhos para
Beatriz Victória
em resposta ao Trabalho
Seu trabalho me parece ter um potencial de mudanças extremamente relevantes para o campo da historiografia do ensino de história. Os questionamentos que a pesquisa se empenha pode abrir novos caminhos acerca da discussão e vir a se tornar referência à novos trabalhos. Parabéns pela pesquisa!
Mickael Ruan Bastos de Menezes
em resposta ao Trabalho
Trabalho muito importante para o desenvolvimento dos estudos sobre a história ensinada, parabéns.