Parede vazia, povo mudo. (Anônimo. Texto presente em vários muros da cidade de Recife) O Projeto Arte Pública e a Cidade de Sobral: Entre sentidos e representações, realizou a oficina Graffitti e Pichação Pelas Ruas de Sobral. Cartografar e analisar Grafites e Pichações dispostos em variados espaços e suportes pelas ruas da cidade de Sobral. Uma tarefa que enche os olhos de espanto e surpresa… Os muros grafitados e pichados são espaços de intervenção, transformação, alteração, diálogos, consensos e dissensos. Os muros da cidade são plataformas importantes de manifestação e realização estética. Inscritos e muitas vezes proscritos, os muros vazios são, sem dúvida, resultado de um povo mudo. De certo que “o espaço urbano é espaço de objetos (ou seja, de coisas produzidas) (ARGAM,2005, p.1), de modo que não estamos sozinhos em nossas cidades, quer dizer, são nossos companheiros de jornadas diversos objetos que ocupam espaços arquitetônicos e simbólicos no universo urbano, entre eles, a Arte Pública e a Imaginária Urbana, de modo que o desenvolvimento desse projeto teve relação com a redescoberta do espaço como lugar de fruição e de produção de saberes mediados especialmente pela Arte Pública, especificamente graffittis e pichações presentes em variados lugares públicos e privados da cidade de Sobral. Entendemos que uma cidade é resultado de uma condensação de obras de arte, de objetos e sentidos, de formas e conteúdo, de fixidez e fluxo, de destruições e reconstruções, de distanciamentos e aproximações, saudades e recordações, de memórias e esquecimentos. A cidade, concebida como espaço para manifestações culturais plurais, é abordada como uma paisagem imaginária, onde cada obra de graffiti ou pichação se torna um ponto de interseção entre o tangível e o efêmero, o permanente e o transitório. A aula oficina: graffitti e pichação pelas ruas de Sobral: leituras dos muros da cidade buscou desvendar os sentidos e representações inscritos nessas formas de expressão, enxergando nelas não apenas a materialização artística, mas também a articulação de memórias, saudades, e a própria construção críticas a certa identidade urbana.
Palavras-chave: Identidade Urbana. Espaço Público. Memória.