Corporeidade enquanto objeto de estudo no Ensino de História: debates na construção da historiografia afrodiaspórica e da Cultura Afro-brasileira

Autor(a) principal: Túlio Henrique Pereira
Co-autor(a): -

A proposta em tela tem como objetivo sistematizar a corporeidade enquanto objeto e categoria de estudos em consonância com às representações visuais do corpo negro ao longo do processo histórico brasileiro. A marcação identitária atribuída ao discurso e às visualidades, orientaram modos de ser e ver, construindo estereotipias negativas. Todavia, pretende-se dar protagonismo aos estudos das visualidades corporais de pessoas negras na história, a partir de imagens e textos de jornais e revistas da Bahia, Piauí e Ceará, ao longo dos séculos XIX e XX, interseccionalizadas com o cinema e a TV. O uso dessas fontes heterogêneas, ou seja, essas imagens e textos, não serão tratadas enquanto temáticas de suporte secundário para a produção do conhecimento histórico, adquirindo importância central. O protagonismo dessas fontes e métodos, a pretender dar à corporeidade e visualidade negra um lugar epistêmico na historiografia se difere das experiências do passado imperial, protagonizadas por artistas em missão de estudos no Brasil. Distanciando-se também da rigidez metodológica oportunizada por pesquisadores franceses e alemães, tais como Georges Didi-Huberman, Philippe-Alian Michaud, e Georges Vigarello. Embora essa proposta se referencie na metodologia warburguiana, ao centrar-se na imagem, ela se pretende transpor os limites das artes, estabelecendo o anacronismo e as visualidades enquanto ponto central para a construção do pensamento histórico.

 

Palavras-chave: Corporeidade negra. Visualidade. Ensino de História. Historiografia.