A Ação Integralista Brasileira (AIB) foi um movimento político-doutrinário do início do século XX. Plínio Salgado – “chefe supremo e idealizador do integralismo” – construiu o arcabouço teórico da AIB a partir da articulação das ideias da direita autoritária, nacionalista e católica somada a doutrinas fascistas em ascensão na Europa. O antissemitismo também estava presente nos princípios integralistas, principalmente através da figura de Gustavo Barroso, considerado o líder da AIB mais alinhado com a doutrina nazista e com a Alemanha. A relação entre o integralismo e o nazismo no Brasil é algo ainda muito discutido na historiografia e parece passar longe de um consenso. Contudo, no que se refere à propaganda nazista no Brasil durante a década de 1930, a imprensa integralista se mostrou (no geral) bastante colaborativa, assim como diversos integrantes do movimento. Na primeira metade do século XX, a consolidação da propaganda política enquanto fenômeno social e da cultura de massas acompanhou os avanços tecnológicos dos meios de comunicação do período. Getúlio Vargas no Brasil, Benito Mussolini na Itália, Adolf Hitler na Alemanha e Antonio Salazar em Portugal consolidaram seus governos através da ampla utilização dos meios de comunicação como instrumento de propaganda política. Afinal, em qualquer regime, a propaganda é estratégica para o exercício do poder. Durante a década de 1930, uma ampla rede composta por setores da imprensa nacional, da mídia alemã (jornais, revistas, panfletos, filmes) e os jornais integralistas foram os principais responsáveis pela ampla circulação das ideias nazistas no Brasil. Ressaltamos que havia uma intensa participação de instituições teutas nesse processo, incluindo o Consulado Alemão, e atuação direta de certos membros da AIB. Os discursos da imprensa integralista revelam um jornalismo que se posicionava a favor dos fascismos em voga não só na Europa como na América Latina, numa perspectiva apologética. Essa postura da AIB diante de tais movimentos ratifica sua filiação ideológica aos mesmos. Sendo assim, o presente trabalho se propôs a realizar uma discussão sobre a circulação das ideias nazistas no Brasil e em Pernambuco a partir da colaboração integralista.
Palavras-chave: Integralismo. Gustavo Barroso. Propaganda Nazista.