Apresentação de pesquisa histórica sobre a experiência de tempo da juventude Punk na cidade de Manchester (RU) no final dos anos 1970, evidenciada como uma temporalidade de “Crise de Tempo” e num tempo de crise diante da consolidação das políticas neoliberais que suplantaram o chamado “Estado de Bem Estar”. A juventude no final dos anos 1970 foram as crianças das duas décadas anteriores (1950 e 1960), portanto cresceram durante a chamada “Era de Ouro”, cujas principais características foram a ascensão do poder de consumo da classe trabalhadora, o “Pleno Emprego” e o estabelecimento da juventude como importante agente político e cultural na chamada “Contracultura”, além do surgimento da cultura de massa, que majoritariamente era de modas juvenis como o próprio Rock. A Juventude do final dos anos de 1970 passa por uma experiência gradual de quebra de expectativa, sendo a Cultura Punk evidência dessa temporalidade. Tal juventude é, portanto, gestada nesse tempo de crise em que se afirma o “fim do futuro” com a expressão “No Future”, mobilizando demandas da Juventude Além de ser uma cultura formada por jovens e para jovens, o Punk ordena uma perspectiva de tempo e experiência, possibilitando uma forma de reagir a condições compreendidas como decadentes, representando não só um caminho identitário ou estética, mas uma saída política e econômica, diante da escolha deliberada de encarnar-se como sintoma desse mesmo tempo, dessa crise. Ostenta a decadência como “grito”, explicitando as contradições da passagem do tempo entre infância e fim da Juventude. Assim, esta pesquisa objetiva compreender processos de historicidade da Juventude no desdobramento da chamada “Crise da Civilização Moderna”.
Palavras-chave: Juventude. Temporalidade. História Contemporânea.