Na última década, o processo de plataformização do cotidiano fez-se presente com o uso crescente das redes sociais, contribuindo para a formação dos modos de sociabilidade e sensibilidade no tempo presente. Neste novo cenário, questões como a legitimidade da história enquanto disciplina e o fenômeno dos negacionismos – ainda que longe de serem novidades – alcançaram novas proporções. Intensificada a sensação de crise disciplinar, temáticas como o avanço do negacionismo histórico da ditadura de 1964 têm atraído a atenção de docentes em pesquisas sobre o ensino de história na era digital. Este trabalho busca traçar um panorama a partir de três dissertações defendidas entre 2022 e 2023, por professores-pesquisadores do Mestrado Profissional em Ensino de História (ProfHistória). Mais do que um levante historiográfico de produções recentes, escritas em um contexto pandêmico, sua finalidade é demarcar as contribuições a partir das diferentes escolhas teóricas utilizadas e dos direcionamentos de tais produtos. Assim, partindo do debate ético-político envolvendo ensino e teoria da história em tempos digitais, este estudo aponta como tais percursos – embora descontínuos – enfrentam a referida sensação de desorientação, por meio de reflexões intradisciplinares e de diálogos transdisciplinares no campo cibernético, inventando caminhos para o pensamento histórico diante da arquitetura babélica das plataformas.
Palavras-chave: Ensino de história. Negacionismo. História pública digital. Cibernética.