Esta pesquisa tem por finalidade analisar a Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção e a sua interação e integração com a sociedade fortalezense entre os anos de 1812 a 1831. Esse lugar criado e usado pelos homens, produziu experiências e práticas sociais transformando-o em um espaço onde foram vivenciadas relações políticas, econômicas e sociais em seu entorno. A Fortaleza empresta à Cidade seu nome: “Vila da Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção Capitania do Ceará Grande”, a institucionaliza, dando-lhe “vida jurídica”, sendo elevada à Capital da Capitania, integrando-se com os seus habitantes, que a compõem dentro de um escopo social, espacial e histórico. A hipótese, desenvolvida nesta pesquisa, é que a percepção da significação e construção das visões captadas pelo indivíduo e pela coletividade, eram diretamente proporcionais às suas experiências vivenciadas e materializadas nesse espaço em um lapso temporal determinado. Este trabalho se faz relevante por contribuir, para campo historiográfico, no estudo em que se propõe a observar a construção de um espaço, para além de sua configuração geográfica e arquitetônica, focando nas práticas sociais, onde estão inseridas as experiências individuais e coletivas, percebendo o espaço como produto social (Soja, 1989, apud Löw, 2013). O trabalho buscará apresentar alguns atores sociais que frequentaram esse espaço, bem como alguns eventos que se sucederam, ao compasso do recorte temporal estabelecido, assim como as reformas efetuadas, para a manutenção estética da fortaleza, como “símbolo do prestígio urbano” fortalezense, as tenções vividas por esses sujeitos dentro dessa área geográfica, e como suas leituras e releituras das experiências foram significadas e ressignificadas entre urbanismo violências e celebrações.
Palavras-chave: Estados nacionais. Escrita da história. Província do Ceará. Narrativas historiográficas. Passado.