Arquitetura do afeto, patrimonialização e cultura: os museus orgânicos e o campo do patrimônio no Ceará (2014-2023)

Autor(a) principal: Edilberto Florêncio dos Santos
Co-autor(a): -

Este trabalho esta pesquisa tem por objetivo investigar os processos de patrimonialização de bens culturais efetivados por meio da construção e atuação dos Museus Orgânicos dentro do campo do patrimônio no Ceará. Projeto desenvolvido pelo Serviço Social do Comércio (SESC) no estado e a Fundação Casa Grande, situada no município de Nova Olinda, A ação é fruto da parceria do SESC com a Fundação Casa Grande, sendo esta última considerada a experiência primeira desta metodologia. O projeto dos Museus Orgânicos tem início efetivo no ano de 2014, quando é inaugurado o Museu do Ciclo do Couro – Memorial Espedito Seleiro na cidade de Nova Olinda, na Região do Cariri. De lá até o ano de 2023, já foram criados catorze museus desta categoria em sete municípios do estado, com predominância para a região do Cariri, que conta com nove deles. Os Museus Orgânicos são designados como “iniciativas para a manutenção e a transmissão da cultura popular”, tendo como proposta a transformação de espaços compreendidos como referenciais da cultura de um lugar, como a casa de mestres e mestras ligados a manifestações da cultura popular, oficinas e ateliês de trabalho e de produção artesanal culinária, em museus das expressões imateriais da cultura. Utilizando a musealização dos saberes, fazeres e práticas relacionadas ao patrimônio imaterial, seus territórios e suas comunidade, com interface com o turismo e o desenvolvimento local. A proposta consiste na transformação de espaços compreendidos como referenciais da cultura de um lugar, como a casa de mestres e mestras ligados a manifestações da cultura popular, oficinas e ateliês de trabalho e de produção artesanal culinária, em museus das expressões imateriais da cultura. Utilizando a musealização dos saberes, fazeres e práticas relacionadas ao patrimônio imaterial, seus territórios e suas comunidade, com interface com o turismo e o desenvolvimento local. O trabalho busca refletir sobre a salvaguarda do patrimônio cultural, e como os processos de patrimonialização e musealização desenvolvidos pelo projeto na última década participam da construção do Campo do Patrimônio, entendendo um movimento feito para dentro, de modo que os Museus Orgânicos se constituem em um importante ingrediente nas definições de como o tema do patrimônio, das memórias e da cultura popular é discutido e pautado no nosso estado, e contribuindo para desenhar uma imagem ao Brasil e ao mundo sobre a história, a cultura e as identidades cearenses, por meio do fluxo de turistas que visitam estes museus. Portanto, musealização e patrimonialização se caracterizam como mecanismos discursivos que flexionam regimes de historicidades e articulam usos do passado, por meio de movimentos de “invenção do cotidiano”, onde a cultura dos sujeitos históricos, se constituem com base nas experiências e negociações com o social (CERTEAU, 1998).

Palavras-chave: Museus Orgânicos. Campo do Patrimônio. Musealização. Patrimonialização. Ceará.