O objetivo desse trabalho é analisar os episódios de doenças epidêmicas em Teresina-PI entre 1852 e 1889, considerando os esforços empreendidos para prevenir e controlar tais moléstias. Teresina enfrentou surtos epidêmicos de febre amarela, sarampo e ameaças de cólera durante a segunda metade do século XIX. Embora aparecessem com menor frequência, estas patologias desorganizavam a sociedade, pois afetavam um número maior de pessoas por um determinado período. As condições sociais dos moradores da capital era um fator determinante no desfecho desses cenários epidemiológicos, uma vez que as pessoas pertencentes aos setores menos favorecidos tinham mais dificuldades de realizar tratamentos de saúde, o que aumentava as chances de padecimento diante das moléstias. Nesses momentos, os poderes públicos criavam comissões específicas para a implementação de medidas emergenciais, como a vistoria das embarcações que trafegavam pelo rio Parnaíba, a implementação de correntes sanitárias, a construção de lazaretos e a distribuição de medicamentos. As principais fontes primárias utilizadas na realização dessa pesquisa tratam-se, principalmente, de relatórios governamentais e ofícios enviados pelo governo provincial às autoridades sanitárias, além de documentos da Santa Casa de Misericórdia e da Companhia de Navegação a Vapor, todas do período correspondente entre 1852 e 1889. Dentre os autores e autoras que darão subsídios para a realização da discussão proposta nesse estudo encontram-se Nádia Santos (2022), Sebastião Franco (2019) e Isabeli Stancik (2009). Impelidos pela constante busca pelo progresso, o que não ocorreria se a região fosse insalubre e doentia, os esforços para evitar que as mazelas chegassem na capital piauiense eram perceptíveis, sobretudo quando províncias limítrofes sinalizavam o surgimento de epidemias.
Palavras-chave: História. Doenças. Saúde. Epidemias. Teresina.