Este artigo propõe apresentar e discutir aspectos resilientes no âmbito da saúde mental por meio do trabalho realizado no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS IV) de Fortaleza-CE. O trabalho está implicado de forma ética com os princípios da Reforma Psiquiátrica e utiliza-se de conceitos e técnicas da História Aplicada ou Engajada. O objetivo é ampliar nossas percepções sobre as possibilidades do trabalho do historiador(a) e, principalmente, contribuir para a defesa do SUS e da saúde mental de forma resiliente diante dos desafios socioeconômicos enfrentados no Brasil com a política neoliberal que fragiliza, sobretudo as populações em condições de vulnerabilidade. Para tanto, o trabalho foi desenvolvido em parceria com movimentos sociais envoltos na Luta Antimanicomial, a partir de um contexto de pesquisa e extensão universitária, mediante a identificação e o enfrentamento de demandas de comunidades externas à universidade: profissionais, usuários e familiares de usuários do CAPS IV. O desafio que se interpôs, portanto, foi o de construir interpretações e análises sobre o tempo pretérito (a partir de prontuários produzidos entre 2001 e 2022), mas com prospecções para os tempos presente e futuro. Pensar formas de História propositiva, engajada e aplicada, comprometida, portanto, com a mudança social e alinhada à prática de resiliência da rede de atenção psicossocial que compõe o sistema público de saúde.
Palavras-chave: História Engajada. Saúde Mental. Resiliência. Ceará. Prontuários.