Pode o cineasta ser uma estrela? Sem pretensão de responder de imediato a esse questionamento, a escrita que se segue tem por objetivo analisar por quais mecanismos a figura do cineasta passa a ser pensada em termos de celebridade midiática deslocada para um espaço antes ocupado centralmente por atores e atrizes no campo cinematográfico. Analisando o caso específico de Glauber Rocha, como o cineasta brasileiro que mais se promoveu e foi promovido a esse status, a escrita problematiza a constituição da figura midiática do diretor baiano e o processo histórico que o alçou enquanto estrela do cinema brasileiro, pensando como as suas incursões midiáticas foram responsáveis por lançar uma dada forma de identificação de sua personalidade. Nosso aporte de discussão bibliográfica e teórica compreende estudos sobre o estrelismo e o importante dado de constituição de uma cultura visual em torno de Glauber Rocha partindo dos estudos de Didi-Huberman.
Palavras-chave: Estrelismo. Personalidade. Cinema. Glauber Rocha.