Nesta comunicação, pretendemos refletir sobre como diferentes sujeitos político-sociais atuaram por ocasião do cinquentenário do golpe de Pinochet no Chile em comparação com o que se espera ser, e já vem sendo, o debate no Brasil sobre os 60 anos do golpe de 1964. Seguindo caracterizações historiográficas acerca de ambos golpes e ditaduras que o classificam como empresarial-militares (Dreifuss, 1981; Lemos, 2020), e de segurança nacional (Padrós, 2009), procuramos observar em especial o ambiente político nos dois países e a emergência e/ou transformação de discursos e teses negacionistas e revisionistas, empunhadas por diferentes atores/espaços sócio-políticos, como empresários, jornalistas, intelectuais, a mídia tradicional e as novas mídias digitais. Objetiva-se também analisar o caráter do debate sobre tais regimes e suas heranças nos tempos atuais, onde, ao que alguns elementos indicam, há um retrocesso nas disputas de memória, ganhando cada vez mais espaço – no contexto da ascensão das extremas-direitas – (Renton, 2020) narrativas que amenizam e/ou justificam o terrorismo de Estado, ao mesmo tempo que tecem elogios rasgados aos ditos “milagres” econômicos.
Palavras-chave: Ditaduras de segurança nacional. Negacionismo. Revisionismo. Golpes empresarial-militares. Cinquentenário do golpe no Chile. 60 anos do golpe no Brasil.