A pesquisa tem como finalidade apresentar como a ficcionalidade é um elemento constitutivo para a narrativa testemunhal. A partir da análise qualitativa da obra “Diário de Anne Frank” e suas versões: a versão a (seu diário intimista), a versão b (seu romance baseado no diário), a versão c (a primeira edição publicada da obra em 1947) e a versão d (a edição atualmente comercializada da obra a partir de 1991)será demonstrado na entrada de 20 de janeiro de 1942 da versão d, como a escritora Anne Frank, se utilizou de inúmeros recursos ficcionais para organizar uma narrativa de maneira coerente e criar uma imersão para seus leitores. Além disso, será utilizado os conceitos de testemunha de Alexandre de Sá Avelar e Paul Ricoeur, assim como o conceito de autoria de Michel Foucault para a análise das fontes. Dessa forma, a obra “Diário de Anne Frank”, tida não somente como uma literatura, mas também um testemunho, consegue construir um valor de verdade em sua narrativa a partir da ficção.
Palavras-chave: Anne Frank. Testemunho. Ficcionalidade. Diário.