O consumo de carne e gordura de sirênios foi uma prática comum, desde o estabelecimento dos seres humanos na Amazônia, até as grandes matanças ocorridas durante o império. Após a experiência colonial, quando a carne e a gordura do peixe-boi da amazônia (Trichecus inunguis), se tornaram uma manufatura rentável à região, o seu consumo aumentou consideravelmente, e sua caça gerou excedentes que sustentaram a economia local, sobretudo a partir da segunda metade do século XIX. Esta comunicação se ocupa do consumo da carne deste animal na província do Amazonas em meados do oitocentos e a produção do principal gênero advindo deste animal, a mixira. Com grande concentração de gordura e carne o peixe-boi, fornecia uma boa fonte de energia e uma boa despensa e carne em conserva, assim como uma boa fonte de renda aos cofres da província. Captada dos habitantes locais, a mixira saiu, de uma preparação para tempos de crise, e virou um produto tocado pelo mercado local, dado que levou a morte de milhares de animais ao longo do século.
Palavras-chave: Peixe-boi. Amazonas. Alimentação. Economia.