A presente comunicação visa refletir sobre os limites e possibilidades de uma escrita da História sobre trajetórias pessoais e comunidades afrodiaspóricas tendo como ancoragens teórico e analíticas pautadas em epistêmes que não se coadunam com os pressupostos euro centrados, consagrados no campo historiográfico, cujas categorias de análise não foram criadas levando em consideração as realidades da diáspora. Este trabalho como um desdobramento das reflexões que vem sendo tecidas ao longo da minha pesquisa de doutorado em História que analisa as narrativas e representações sobre Teresa de Benguela no tempo presente. A personagem histórica viveu no século XVIII e, segundo a documentação colonial do período, comandou o maior quilombo da Capitania de Mato Grosso que existiu na segunda metade dos setecentos. Durante boa parte do século XX, a historiografia oficial de base eurocêntrica questionou a construção de narrativas históricas de mulheres como Teresa, apontado a ausência e/ou a fragilidade das fontes, tidas como “lacunares” contudo, a partir dos pressupostos dos estudos decoloniais, trajetórias como as de Teresa tem saído do apagamento histórico para o centro do debate historiográfico.
Palavras-chave: Teresa de Benguela. Decolonialidade. Representações.