O presente estudo tem por objetivo analisar a atuação da juventude nos espaços de poder político na sociedade campomaiorense. Parcela da juventude, no final da década de 1960 e no início da década de 1970, estavam participando de grupos de jovens ou movimentos estudantis, no município de Campo Maior-PI. Além disso, os estudantes foram os principais colaboradores do jornal A Luta, no período de 1967 a 1972. Dois acontecimentos, em 1967, estiveram ligados à atuação dos jovens no município, a saber: a fundação do jornal em novembro e a 1ª Semana dos Estudantes Campomaiorense, ocorrida em dezembro. Foram espaços de poder ocupados pelos estudantes em busca de participação política e, ao mesmo tempo, de promover transformações culturais no município, principalmente no que concerne ao cenário educacional. Nesse sentido, foi necessário compreender o contexto político e cultural do Brasil durante o período da Ditadura Militar, principalmente no que concerne à temática juventude e imprensa. Além disso, a pesquisa bibliográfica e documental nos possibilitou analisar os modelos de juventude em Campo Maior, uma vez que ser jovem diferenciava-se nas configurações espaciais e temporais na qual estavam inseridos (QUEIROZ, 2015, e LEVI; SCHIMITT, 1996). Metodologicamente, analisamos o jornal A Luta a partir da perspectiva da História da Imprensa. Seguindo as proposições de Maria Helena Capelato (2015) e Tânia Regina de Luca (2018), buscamos fazer a catalogação e análise das edições completas, levando em consideração o projeto gráfico e editorial. Portanto, concluímos que a educação escolar e as vivências nos espaços universitários, em outros estados do Brasil, foram responsáveis pela formação da cultura política de parcela da juventude campomaiorense, resultando em grupos e movimentos juvenis, bem como na produção do jornal A Luta.
Palavras-chave: História. Juventude. Política. Cultura.