Entender a atuação da Igreja Católica ao longo dos 21 anos de ditadura militar no Brasil é voltar-se a um cenário de contradições – primeiro, com os setores dessa que apoiaram o golpe e a queda de João Goulart, em 1964. Depois, com as pastorais, movimentos sociais e religiosos(as) que se articulavam em todo o território nacional tornando-se porta-vozes a favor da luta pela democracia. Nosso trabalho, por meio da análise de conteúdo, tem o intuito de refletir a respeito da atuação da Igreja Católica em terras capixabas, especialmente, a partir das representações encontradas no jornal alternativo Posição (1976-1979) e nos documentos da Delegacia de Ordem Política e Social do Espírito Santo, DOPS. Como uma das grandes referências da Igreja progressista no Brasil, a Arquidiocese de Vitória, sob o comando de Dom João Batista da Mota e Albuquerque e seu auxiliar, Dom Luís Gonzaga Fernandes, esteve à frente da implementação das reformas propostas pelo Concílio Vaticano II. Temos o intuito de lançar reflexões sobre a vigilância militar em torno da instituição, mapear como a censura influenciava sua atuação e de que forma o cenário imposto pautava o jornalismo alternativo capixaba e a sua cobertura.
Palavras-chave: Ditadura militar. Igreja Católica. DOPS. Jornalismo alternativo.