A escritora chicana Glória Anzaldúa e as questões linguísticas discutidas em sua obra Borderlands / La Frontera: The New Mestiza é objeto de análise dessa comunicação. Glória Anzaldúa ficou conhecida na década de 1980 como importante ativista feminista das mulheres de cor e latinoamericanas. Buscou pensar categorias como fronteira e identidade a partir de uma perspectiva não hegemônica, híbrida, considerando as múltiplas vozes que emergem desses lugares. Seus trabalhos testemunham a complexificação, a heterogeneidade e a hibridez da vida humana, especialmente no que compete aos fenômenos linguísticos. A obra Borderlands / La Frontera: The New Mestiza em específico, apresenta o mundo da fronteira e suas línguas. Nela, a autora hibridiza o inglês e o espanhol castelhano, além de palavras em dialeto do norte do México, do tex-mex (palavras surgidas da fusão entre a cultura mexicana e estadunidense) e do náhuatl (também chamada de língua asteca). O amálgama de línguas é uma forma de estar, de se posicionar e se comunicar no mundo. Assim, essa comunicação apresenta reflexões a partir da referida obra como forma de destacar a cultura e o saber por perspectivas não coloniais, contemplando categorias nem sempre rememoradas e/ou sobressaltadas pela história, especialmente aquelas escritas por mulheres não brancas, terceiro-mundistas, indígenas, inclusive dentro do próprio movimento feminista.
Palavras-chave: História das mulheres. Gênero. Legitimação. Historiografia brasileira.