A eclosão da Segunda Guerra Mundial em 1939 desencadeou transformações globais significativas. Mesmo as nações que inicialmente não participaram do conflito foram impactadas por suas implicações. No contexto desse período, o Brasil estava sob o regime estadonovista, liderado por Getúlio Vargas, que inicialmente adotou uma política de neutralidade em relação à guerra até 1942, quando declarou estado de guerra e alinhou o país aos Aliados. Entretanto, os efeitos da guerra já eram perceptíveis para os brasileiros desde 1939, refletidos na elevação do custo de vida, na escassez de produtos essenciais e nas mudanças graduais nas relações de trabalho. Este estudo apresenta uma síntese dos resultados da tese de doutorado intitulada “Nas trincheiras da sobrevivência: a Segunda Guerra Mundial e suas implicações para os trabalhadores no Rio Grande do Sul”, defendida por Tamires Xavier Soares em 2020 na Universidade Federal de Santa Maria. O objetivo da tese era compreender as consequências da guerra na vida dos trabalhadores rio-grandenses, examinando as estratégias adotadas por eles diante da mobilização e das restrições impostas a partir de 1939. De maneira geral, tanto a economia quanto a vida dos trabalhadores foram impactadas. Alguns alimentos essenciais, como carne, trigo e açúcar, tornaram-se escassos e mais dispendiosos. A distribuição de combustíveis passou a ser controlada por cotas, resultando em efeitos drásticos no transporte público, afetando significativamente a dinâmica de vida dos empregados que dependiam de deslocamento. Apesar da promulgação da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), foram criados diversos decretos que flexibilizaram suas disposições, deixando os trabalhadores cercados por legislações, mas com poucos direitos assegurados.
Palavras-chave: Segunda Guerra. Rio Grande do Sul. Trabalhadores.