Freiras de misericórdia: as freiras nos espaços de caridade de Teresina na década de 1920.

Autor(a) principal: Isabela Francisca de Sousa Carvalho - UESPI
Co-autor(a): Márcia Castelo Branco Santana - UESPI

É relevante pensar que as mulheres ao longo do tempo tiveram diferentes campos de atuação públicas com essa realidade cada vez mais acentuada na atualidade. As freiras em suas clausuras se dedicavam a vida contemplativa, dentro dos conventos, e as mulheres casadas se dedicavam ao trabalho doméstico, cuidando doS filhos e do esposo. Para compreendermos a atuação das freiras na Santa Casa de Misericórdia de Teresina buscamos analisar o contexto em que a mulher está inserida, especialmente a mulher religiosa, que antes atuava somente na clausura dos conventos, tendo uma vida contemplativa, para depois atuar nos campos públicos da sociedade, como hospitais, escolas e orfanatos. Uma vez compreendido a mudança do campo de atuação da mulher e a influências religiosas, conseguimos compreender melhor sua atuação na Santa Casa de Misericórdia. Outro fator que poderemos perceber, é como a Igreja Católica, através de sua influência na sociedade proporcionou tais contextos às mulheres, consequentemente, às freiras. Tendo em vista que as freias eram mulheres ligadas a Igreja e começaram a atuar nos campos públicos nas atividades caritativas, essas mesmas mulheres levavam a imagem da Igreja em sua atuação, ajudando essa instituição a acentuar sua imagem de caridosa. Nesse sentido, foram analisados conceitos de gênero e assistencialismo através de leituras, sendo também coletada documentação sobre a atuação das freiras e das mulheres nos espaços de saúde. A partir da análise realizada, podemos compreender como as mulheres ganharam espaço nas esferas públicas da sociedade, principalmente ao campo da prática assistencialista. NaS leituras preliminares percebemos que atuação das freiras nos espaços de saúde como as Santa Casas já se faziam presente desde o século XIX, a exemplo da Santa Casa do Rio de Janeiro com a presença das Irmã da Sociedade de São Vicente de Paula. Na Santa Casa de Misericórdia de Teresina a presença das irmãs já era algo solicitado desde o início do século XX, no entanto sua atuação só será proeminente a partir da década de 1920.