Alegoria do caos social: descortinando o livro Admirável mundo novo de Aldous Huxley e suas relações com a contemporaneidade.

Autor(a) principal: Josi de Sousa Oliveira - UFC
Co-autor(a): -

Aldous Huxley nos propõe uma reflexão acerca das sociedades totalitárias, caracterizando um sistema social em que todos deveriam obedecer de forma fiel e alienada. Nesse sentido, sentimentos como o amor, ódio, raiva, bem como noções de familiares do que seria pai, mãe, irmão, entre outros aspectos que conhecemos e achamos essenciais para convivência harmônica, deveriam não existir. A perfeição do social ocorria medida em que todos aceitassem suas obrigações, sem questionamentos ou indisciplina. Umas das finalidades do autor é demonstrar que o individualismo e a reflexão, ou seja, tudo que compõe o ser humano em suas mais diversas facetas, são deixados de lado em nome de um bem maior, a sociedade tecnicista, que abomina a instabilidade, exalta experimentos, manipulações genéticas, valoriza o papel funcional e hierárquico em que todos os indivíduos têm desde seu nascimento até a morte. Metodologicamente fizemos uma pesquisa literária da obra de Huxley (2014) analisando a luz da historiografia de Michel de Certeau (2002), Eric Hobsbawm (1997) e Roger Chartier (1990), assim, através desses pressupostos, buscamos comparar a ficção demonstrada pelo autor com a realidade social do presente. Nossas conjecturas giraram em torno da seguinte reflexão: de que forma os elementos contidos na obra Aldous Huxley estão presentes na sociedade contemporânea? Como a História pode buscar elementos na Literatura para analisar o social e suas dicotomia? E ainda, buscaremos entender, a partir de Huxley, como determinados discursos preconceituosos, racistas e autoritários podem influenciar às massas de forma positiva. Com base nessas perguntas e nos teóricos estudados, nossas conclusões são diversas, todavia, podemos dizer que, o totalitarismo e suas consequências devem ser constantemente estudados, refletidos, analisados e divulgados visando a não alienação e a busca de alternativas para esse modelo de sociedade opressor, pois somente assim descortinaremos ideias que, longe de estarem distantes de nossa realidade, estão vigentes em múltiplos espaços. Nesse contexto, se queremos evitar auto- reverses é necessário construir valores reflexivos, onde os indivíduos busquem o conhecimento não apenas para ter uma formação e lucrar, conforme os ditames capitalistas, mas, também, para adquirem o autoconhecimento, dessa forma, a Literatura, a História e outras ciências humanas não são necessárias mais sim essenciais para construção do verdadeiro conhecimento crítico.

Palavras-chave: Estabilidade. Instabilidade. Tecnocracia. Disciplina. Indisciplina.