Problematiza a representação e apropriação dos signos da figura do vaqueiro nordestino por meio da narrativa do personagem Xandin presente no quadrinho Estórias de Vaqueiros do Grupo Pau-a-Pique de Histórias em Quadrinhos, da cidade de Currais Novos, situada nos sertões do Rio Grande do Norte. O presente estudo parte de leitura de autores como Henry Koster, Capistrano de Abreu, Câmara Cascudo, Oswaldo Lamartine e Celestino Alves, sobretudo, por serem pioneiros no que se refere a discussões em torno dessa temática; por outro lado Albuquerque Júnior, Tiago Bonato, Erivaldo Neves e Janaina Amado que nos fazem refletir sobre a construção e representação do vaqueiro, dos sertões e do Nordeste brasileiro; além de Ferdinand de Saussure, Charles Peirce, Eliseo Verón, Antônio Cagnin, Waldomiro Vergueiro, Scott McCloud e Will Eisner, que discutem formas de se compreender através da semiótica, os signos desse produto cultural híbrido composto, sobretudo, por textos e imagens, que são os quadrinhos. Por meio da análise, constatou-se o distanciamento de signos como o gibão, peitoral, perneiras, luvas, chapéu, seca, miséria; entre outros elementos os quais constituem a representação da figura do vaqueiro nordestino presente majoritariamente na produção historiográfica e memorialística. Verificou-se, assim, sua representação a partir de outras vestimentas e corpos, em diferentes cenários sertanejos, permitindo novas percepções em torno de sua figura, bem como, dos sertões nordestinos.
Palavras-chave: Signos. Vaqueiro. Quadrinhos. Historiografia. Sertão.