Heitor Cony foi levado ao banco dos réus e julgado com base na Lei de Segurança Nacional porque cometeu o crime de escrever e publicar textos a respeito da quartelada de 1º de abril de 1964. Artigos lidos “nas prisões, nos navios-presídios, nos quarteis, nos lares e nas escolas” . Tem havido tentativas no pais de cercear a liberdade de imprensa e de opinião. Esta comunicação trata da violação desses direitos durante o regime civil-militar, especialmente nos meios de comunicações (rádio e jornais) sediados em Teresina. Lança mão de entrevistas realizadas, empregando a metodologia da História Oral, com indivíduos que atuavam na imprensa (rádio e jornais) no período e que foram afetados pela censura. O modelo de entrevista empregado foi o de trajetória de vida, porque permite intervenções mais amplas dos entrevistados. Do mesmo modo, utiliza textos publicados posteriormente sobre a temática e suas variações. Dialoga com autores que tratam de memória, uma vez que as fontes privilegiadas na escrita desta comunicação apontam para a discussão do que é lembrado e porque é lembrado, mas também das razões do que é esquecido e motivações para o esquecimento. Apesar do volume de publicações sobre o golpe civil-militar de 1964, especialmente por ocasião da passagem dos cinquenta anos do assalto ao poder constituído, é necessário não esquecer dele e do mais recente. Espera-se com essa iniciativa, incentivar pesquisas tanto da graduação, quanto da pós-graduação, o que, penso, poderá contribuir na interpretação das tentativas podar as liberdades de expressão que estão ocorrendo na conjuntura vivenciada por todos nós.
Palavras-chave: Censura, Imprensa. Memória. Teresina.