Art. Déco nas periferias de Belém – O Mercado Municipal como formador da memória e afetividade (1940 – 1949)

Publicado em: 06/03/2024
Autor(a) principal: Lucas Martins Pinheiro
Co-autor(es): -
Orientador(a): Antonio Mauricio Dias da Costa
Área temática: Patrimônio cultural e memória

Este inciso tem como objetivo demonstrar como as construções no referido art. déco acompanharam e desenvolveram o modernismo na sociedade paraense, em especial nas periferias belenenses, onde os mercados municipais participaram ativamente como espaços de grande fluxo de pessoas. Estes mercados municipais datados da década de 1940 com o conjunto arquitetônico pós belle-époque fez parte do projeto do prefeito Abelardo Condurú juntamente com a Diretoria de Obras Públicas (DOPM), que visavam a diminuição das feiras livres denominadas até então como insalubres, o desenvolvimento urbano e a padronização predial por meio dessas obras. Importante frisarmos que durante a primeira metade do século XX, a economia da cidade passou por um momento de crise, ao ponto da sua população reduzir na década de 1940, sendo assim a construção e manutenção deste espaço teria influência positiva na reversão desse quadro, mesmo estando situados em áreas de periferia . A escolha por esses espaços dentro das áreas populares da cidade se dá justamente pela alta circulação de indivíduos, propiciando o convívio e o sentimento de pertencimento por meio da memória materializada nessas edificações, além da necessidade de tombamento desse patrimônio modernista. O recorte cronológico selecionado reflete no período de ascensão do movimento modernista na arte e arquitetura da capital paraense, propiciando assim a edificação desses espaços. A base para esse estudo se dá principalmente pelos autores Luiz de Jesus Dias da Silva e Celma Chaves em suas obras a despeito dos mercados e feiras, onde analisam esses espaços de convívio e sociabilidade humana que resultam na construção de memórias afetivas dentro dessas edificações, estimulando assim uma sensibilidade pelo contato social e a admiração pelo conjunto arquitetônico desses locais. A metodologia estabelecida se deu a partir da coleta de fontes visuais e documentais como os álbuns de Belém e fotografias de outros acervos com o foco de mapear e ter uma visualização dessas estruturas, suas características, o desenvolvimento urbano, e o relato de gerações distintas que residiam nessas áreas. Por meio disso, foi possível identificar que o público mais antigo como moradores idosos e os feirantes, possuem uma memória afetiva desses espaços, tendo em vista as relações e convivências estabelecidas ao decorrer dos anos, enquanto os mais jovens não exprimem os mesmos sentimentos, muito pelo fato de não terem tido esse contato com essas edificações e nem mesmo saberem identificar o período do qual fazem parte, juntamente com a mudança de mentalidade da sociedade, o processo de urbanização foi acelerado, a arquitetura se desenvolveu baseado no estilo dessas edificações, se adaptando e incorporando traços da cultura, sendo assim instituindo uma identidade que representa a população não só da periferia, mas de uma sociedade moderna num constante processo de inovação. Porém, mesmo com essa mudança e a afetividade por meio da memória, os espaços no estilo Art. Déco existentes são poucos, dado a não valorização e o reconhecimento tardio dessa modernidade como patrimônio, sendo necessário explicar a importância dessas obras de concreto armado para a preservação da identidade e alteridade com vista às gerações futuras.

Palavras-chave: Patrimônio. Art. Déco. Memória.

  1. Allan William Lebrego da Costa

    em resposta ao Trabalho

    8 de março de 2024

    Pesquisa interessante, muito bem elaborada e com ótimas fontes.

  2. João Rocha

    em resposta ao Trabalho

    8 de março de 2024

    Muito interessante!

  3. Mateus Gonçalves

    em resposta ao Trabalho

    8 de março de 2024

    Muito interessante

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