O presente trabalho consiste em analisar como as doenças afetam a população piauiense na segunda metade do século XIX, em específico, a cidade de Teresina, bem como a maneira como poder médico e as curas populares se relacionam. Nesse sentido, a partir da fonte hemerográfica busca-se abranger as práticas de curas populares, além disso, compreender como o poder médico atua fora de seu ofício. A história das doenças no Brasil está relacionada a todas as esferas da vida humana, como aponta Sidney Chalhoub, e é afetada pelas transformações do campo do conhecimento, bem como, as ferramentas de fazer científico e histórico. É importante destacar que as práticas de cura se estabelecem também a partir das religiões, isso se dá principalmente pela capacidade da utilização de elementos da natureza, como cascas de árvore e folhas, algo ainda presente nas práticas populares, mas que remontam ao Brasil Colônia, além disso, o conhecimento médico ainda não permitia fazer distinções entre as doenças, de modo que as mortes também gerava dúvidas. Outro ponto a ser destacado é que a conjuntura do dos anos 50 do século XIX, ainda não se pensava em práticas profiláticas concretas, de fato, a primeira mudança significativa quanto a saúde pública se estabelece a partir de 1923 com a criação do Posto Sanitário e a vacinação, o que não significa que medidas como essas alcancem nível satisfatório, pelo contrário, na mensagem de governo de 1918 pelo governador Eurípedes Clementino de Aguiar é possível observar como os relatórios são repetidos com informação de que a salubridade geral do estado era satisfatória, o governador em exercício critica essa postura e pontua como o estudo de Arthur Neiva e Belisário Penna são importantes para a integração de um sertanejo dito forte, que na verdade era doente. A Santa Casa de Misericórdia tem um papel fundamental nesse processo, primeiro, na atuação dos médicos piauienses, seja na presença nos jornais a partir da propaganda na divulgação de seus serviços, como no caso de Cezar Marques, ou no envolvimento direto na política, como no caso de Simplício Mendes, como Presidente da Província. A metodologia para a construção da base da pesquisa ainda em desenvolvimento deu-se por meio das análises de materiais, entre eles livros e artigos, visando a formação de um olhar direcionado para o que de fato será extraído das fontes. As fontes que serão utilizadas são os jornais: O Propagador, O espectador, Liga e Progresso, O amigo do Povo, A imprensa, A Época e O Piauí.. As teses médicas também serão utilizadas, assim como, biografias e relatos de viagens de fora do estado do Piauí e também de piauienses como o médico Joaquim Nogueira Paranaguá. Por fim, é interessante pontuar as práticas de assistência aos desvalidos acometidos de doenças, o aumento da população e o número de enfermos e a atuação médica política. Por se tratar de uma pesquisa que ainda está em curso, a conclusão ainda não foi definida, uma vez que os dados levantados não possuem a mesma estabilidade que poderão ter na etapa final da pesquisa. Nesse sentido, a finalização da presente pesquisa ainda se encontra em aberto..
Palavras-chave: Doenças. Cura Popular. Médico.
Jeferson de Castro Silva
em resposta ao Trabalho
Organização corresponde com o padronizado. O título deveria estar em caixa alta, porém não atrapalha em aspecto nenhum a relevância do trabalho. Ressalto a apresentação impecável do trabalho, a desenvoltura e o cuidado metódico com a crítica das fontes.