A pesquisa em questão investiga experiências sociais de trabalhadores pobres e a cultura urbana que permeava suas vidas no contexto da economia da borracha na Amazônia. Focaliza-se especificamente a cidade de Belém-PA entre finais do século XIX e início do XX. Assim, tem-se como finalidade entender as vivências desses sujeitos, tendo como objeto principal o trabalho de estivadores em um momento de grande movimentação portuária na capital paraense. O objetivo central é analisar as ações desses sujeitos e como essas atividades se interligam com a dinâmica da cidade e o panorama laboral durante os momentos de expansão e crise da indústria da goma elástica. A análise dessas interações proporciona caminhos de entendimento valiosos sobre a construção de práticas de higienização e civilização na sociedade belenense, com ênfase especial nas implicações para os trabalhadores pobres, com enfoque nos estivadores. Os trabalhadores pobres, incluindo os estivadores, muitas vezes eram marginalizados e sujeitos a práticas discriminatórias. De fato, a leitura de jornais do período traz à tona esses trabalhadores quase sempre quando estão envolvidos em conflitos e quando são encaminhados à chefatura de polícia. No que diz respeito a metodologia, parte-se das possibilidades dos usos da imprensa. Desse modo, a pesquisa se desenvolve a partir de atividades como: levantamento e Leitura de bibliografia; leitura e fichamentos dos jornais paraenses Folha do Norte, O Democrata, Diário de Notícias e O Pará, a sistematização dos dados levantados nos jornais. Como resultado a pesquisa constatou que a cultura urbana refletia a desigualdade social e as disparidades de poder entre diferentes grupos da sociedade. Desse modo, por meio das fontes impressas tem-se uma compreensão do cotidiano de trabalho e de lazer dos estivadores em Belém do Pará, detectando-se os espaços por onde eles circulavam e com quem interagiam. Além disso, já é possível traçar um perfil inicial desses trabalhadores identificando seus nomes, idade, cor, moradia e lugar de origem quando migrantes. Conclui-se que ao compreender tais aspectos, a pesquisa contribui para uma visão mais abrangente da história social do trabalho na região amazônica, oferecendo uma análise das experiências de trabalhadores pobres e sua relação intrínseca com os processos de transformação da cidade e da economia da borracha. Essa análise sobre a situação desses trabalhadores oferece uma janela para as complexidades da vida urbana no início do século XX, destacando não apenas os desafios enfrentados pelos estivadores, mas também as estratégias de resistência e as dinâmicas sociais que emergiram nesse contexto na Amazônia.
Palavras-chave: Estivadores. Trabalho. Belém/PA. Cultura urbana.
Julia Loiola
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Caríssimo autor, o pôster apresentado trás uma pesquisa ímpar para compreender a importância de uma classe de trabalhadores, os resultados obtidos são de extrema importância para uma história do Grão-Pará. Parabéns !
Lucas Martins Pinheiro
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Ótima apresentação do tema e pesquisa bem elaborada
João Pedro Alves Das Neves Costa
em resposta ao Trabalho
Uma boa escrita, apresentação impecável e ótimo desenvolvimento. Assunto relevante até os dias atuais.