A presente pesquisa tem como objetivo principal analisar como a chegada do rádio e da TV na região do sertão central impactou a população que teve o primeiro contato com os mesmos. Dessa forma, o enfoque principal desta pesquisa se voltará para a cidade de Quixadá, durante os anos chaves da Ditadura Militar (1964-1985), pretendendo assim compreender como a chegada desses artefatos mudaram as formas de sociabilidade da população quixadaense, tendo também influência na economia da cidade e na dinâmica habitacional da mesma. A principal metodologia aqui usada foi a História Oral. De início foi buscado idosos que tivessem na transição da adolescência para a idade adulta durante o recorte temporal das décadas de 1960 a 1990, focando no período ditatorial. Seguindo assim, Além do mais, usamos como outra importante fonte o Blog online produzido por um dos entrevistados, o radialista Amadeu Filho. Esse meio é um acervo rico sobre eventos e personalidades quixadaenses, mantendo suas principais histórias e acontecimentos sobre a cidade e sua população. Além disso, fizemos uso de artigos e publicações de noticiários locais, em Quixadá e também no Ceará, para o enriquecimento da nossa base teórica. A pesquisa contou com 3 entrevistas realizadas, sendo elas, a primeira com a dona Marlene Holanda, a segunda com o radialista aposentado, senhor Amadeu Filho, e por último com o radialista Jonas Sousa, ambos residentes na cidade de Quixadá. Através dos dados coletados nessas entrevistas cruzando com informações do blog do radialista Amadeu Filho e com alguns dados de livros escritos sobre a história de Quixadá, pudemos chegar a algumas conclusões. Dessas, conseguimos perceber que em Quixadá a distribuição dessas novas tecnologias, ditas elas, rádio, energia e TV, aconteceu de forma desigual para parte da população. Tais pessoas somente conseguiram obter seu primeiro rádio ou sua primeira TV anos após o lançamento dessas. Isso é perceptível no relato da dona Marlene ² onde a mesma relata que viajou até a capital Fortaleza para assistir a TV pela primeira vez: “Lá vai eu pra Fortaleza de novo. Mas era, porque não tinha aqui no sertão, não tinha aí a gente ia pra lá…”. Além das informações já citadas, foi possível notar a importância do rádio para a cidade de Quixadá e seus habitantes. É notável que esse meio de comunicação ainda é ativo na cidade e é um nos meios que mais geram a sociabilidade da população entre si. Assim, além de sua grande importância para o desenvolvimento do país, a TV vem como uma herança do rádio, outro meio importante de comunicação para a população brasileira. Dessa forma, este trabalho busca mostrar que, para além da televisão, o rádio exerceu e ainda exerce um papel importante para os meios de socialidade de toda a população quixadaense. Assim, esse aparelho carrega em si também traços afetivos com a população, assim como bem fala o Senhor Amadeu Filho: “Até por uma questão afetiva. O rádio é muito carinhoso, sabe, ele tá muito pertinho das pessoas”.
Palavras-chave: Rádio. Televisão. Quixadá.