Esta pesquisa integra a produção do Grupo de Pesquisa em Cultura Escrita na Antiguidade e na Medievalidade/ ARCHEA (DGP/CNPQ-UECE) e se propõe a trabalhar com as representações do mal no imaginário cristão contemporâneo, a partir do filme Hereditário, lançado em 2018, do diretor e roteirista Ari Aster. O objetivo principal é entender por que a representação do mal através do pacto e possessão demoníaca por entidades do imaginário cristão medieval tem sido recorrente no cinema. De modo específico, pretende-se conhecer as demandas sociais a nível de imaginário cristão e cotidiano que a indústria cinematográfica estaria atendendo na sociedade contemporânea com essas representações, bem como, identificar como a indústria cultural tem se apropriado e ressignificado esses eventos místicos (seitas) presentes no imaginário das sociedades ocidentais por séculos (principalmente abordando as seitas medievais e que se iniciaram nos anos 1970). A pesquisa se enquadra no campo historiográfico da História Cultural, no recorte da História no Cinema, tendo por referências Roger Chartier, André Vauchez e Sandra Pesavento. Esse projeto tem como referencial teórico-metodológico os pressupostos da análise do discurso, bem como seus desdobramentos no campo da análise semântica e da estrutura narrativa sobre o objeto fílmico, os textos e documentos históricos. A análise comparativa será outro recurso metodológico a ser utilizado no confronto das fontes históricas manuseadas, a saber, o filme Hereditário juntamente com outros filmes de referência ao tema (O Bebê de Rosemary, O Exorcista, entre outros), em cotejamento à documentação canônica (manuais de inquisição, sumas teológicas, tratados de demonologia etc).
Palavras-chave: Representação. Imaginário. Possessão. Cinema. Seita.