“Virada democrática: As influências da abertura democrática a partir dos anos 80 na escola de samba Rancho Não Posso me Amofiná”

Publicado em: 06/03/2024
Autor(a) principal: Vivian Vitória Abreu da Silva Alves
Co-autor(es): -
Orientador(a): Antônio Maurício Dias da Costa
Área temática: Patrimônio cultural e memória

O carnaval em Belém se iniciou com os tradicionais bailes de máscaras e as batalhas de confetes que aconteciam no centro da cidade, mais precisamente na Praça da República, a contribuição cultural proveniente da Europa de mais sucesso no Brasil conquistou os paraenses e se tornou um ponto de encontro para aqueles que buscavam divertimento e tinham paixão pela arte e o samba. Apesar de períodos conturbados da história política brasileira, o carnaval, para além da festa, sempre foi uma ferramenta de expressão social sobre as questões que assolavam o país. Sendo assim, o presente estudo pretende contemplar a relação e a influência da abertura democrática no Brasil a partir dos anos 1980, com a Década de Ouro do carnaval na Escola de Samba Rancho Não Posso Me Amofiná, em paralelo a isso, se aprofundar na perspectiva amazônica sobre o carnaval e suas singularidades em comparação ao eixo sul-sudeste. Ademais, entender como a configuração política do país refletiu na maneira de fazer carnaval: sambas-enredos, alegorias, figurinos e até no funcionamento administrativo dentro da Escola, tudo isso tendo como ponto referencial a figura do fundador Raimundo Manito; grande atuante político do PCB. A obra Vem do Bairro do Jurunas: sociabilidade e construção de identidades em espaço urbano da professora Carmem Izabel Rodrigues, auxiliará a entender como funcionam as dinâmicas sociais do bairro do Jurunas e sua grande pluralidade cultural, as quais revelam a identidade da comunidade jurunense e, por conseguinte, irão construir o signo do Rancho como escola de samba. Outro estudo essencial para essa pesquisa é o da historiadora Claudia Palheta na sua tese de pós-graduação, Amazônias Desfiladas: A carnavalização da Amazônia nos desfiles das escolas de samba no Rio de Janeiro e em Belém do Pará (1955-2016), dissertando sobre os desfiles de temas amazônicos como histórias amazônicas nos carnavais cariocas e belenenses, portanto, compreendendo como o Imaginário presente na região irá se manifestar no processo criativo dos desfiles e na representação da Amazônia para o mundo. Desse modo, investigando e compreendendo, através do trabalho com fontes escritas e orais, o produto dessas relações sociais que existem no mundo carnavalesco, as quais foram indissociáveis da nova situação sociopolítica que começaram a se ajustar no Brasil pós regime ditatorial.

Palavras-chave: Carnaval. Política. Rancho Não Posso me Amofiná.

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