A astúcia de lembrar e esquecer: a teoria da memória em Michel de Certeau.

Autor(a) principal: Eduardo Gusmão de Quadros - PUC-Goiás/UEG.
Co-autor(a): -

Na área da teoria da história, Michel de Certeau é conhecido especialmente pelo texto intitulado “A operação historiográfica”, incluída na obra do início dos anos setenta “A escrita da História”. Sua maneira original de abordar a historiografia gerou uma plataforma para diversas pesquisas posteriores. Contudo, a tensa relação entre o conhecimento do passado e a “arte” da lembrança nunca recebeu a devida atenção. É isso que faremos nessa comunicação, buscando aprofundar as intuições certeaunianas acerca da memória, da lembrança e do esquecimento. Nosso intuito é explorar hermeneuticamente as páginas dedicadas ao tema na obra “A invenção do Cotidiano: artes de fazer”, escrita no final da mesma década de 70. Veremos como ele propõe certa distância entre a memória e a história, não somente devido aos poderes e características intrínsecas à escritura, mas porque a influência da pragmática (norte-americana, em particular) e da perspectiva bioenergética (respondendo a biopolítica foucaultiana) ganharam importância nesse período de sua produção teórica.

Palavras-chave: Memória. Esquecimento. Astúcia. Ação. Poder.