Analisa-se como o historiador alemão-americano Peter Gay (1923-2015) se apropria de conceitos e métodos da psicanálise no seu estudo da sexualidade burguesa oitocentista, contido no volume “A educação dos sentidos” (1989 [1984], o primeiro de sua pentalogia “A experiência burguesa: da Rainha Vitória a Freud”(1989-1999 [1984-1995]). No volume em estudo, além de (ab)usar do vocabulário freudiano (“pulsão”, “desejo”, “repressão”, “defesa”, “castração” etc.), Gay faz farto uso de instrumentos privilegiados pelo fundador da psicanálise para acessar o inconsciente, como a análise de sonhos e a associação livre – expressos em materiais/fontes como correspondências privadas e diários pessoais. Conclui-se, provisoriamente, que a psicanálise auxilia o historiador a descortinar a realidade oculta, mas efetiva e imperativa, do inconsciente humano (e social). Demais, ajuda-o a compreender a forma (social e histórica) como os homens regulam as suas pulsões.
Palavras-chave: Peter Gay. Psico-história. Sexualidade burguesa oitocentista.