Este trabalho apresentar as virtudes intelectuais prescritas por Michel Zaidan Filho diante do diagnóstico da crise da História a partir do final da década de 1980. Para tal, realiza-se uma leitura dos livros A Crise da Razão Histórica (1989) e Reflexões sobre a História (2017) em um círculo hermenêutico. Além disso, recorre-se à sua entrevista cedida ao CPDOC da FGV em 2015 para pensar a forma como o historiador marxista se constrói enquanto sujeito do saber histórico. A teoria da história e a história da historiografia são tomadas como referências do campo pós-hermenêutico para pensar as condições de emergência dos sentidos e racionalizar a pragmática textual das histórias, evidenciando as disputas sobre a geografia e a memória (in)disciplinar. Nesse sentido, cabe lembrar as mudanças historiográficas ocorridas a partir da década de 1980, com a marginalização do marxismo e a apropriação de vertentes teórico-metodológicas como a terceira geração dos Annales, a micro-história italiana, a história sociocultural britânica e os pensamentos de Michel Foucault e Walter Benjamin, resultando em um deslocamento da História Social para a História Cultural. Algumas virtudes intelectuais identificadas são o racionalismo, o espírito da crítica, o realismo e a práxis revolucionária.
Palavras-chave: Virtudes Intelectuais. Crise da História. Historiografia Brasileira. Michel Zaidan Filho.