A representação da História urbana de Anápolis. Uma leitura partir das narrativas memorialistas

Autor(a) principal: Lucas Gabriel Corrêa Vargas
Co-autor(a): -

A cidade de Anápolis foi retratada na historiografia como um importante centro comercial do Estado Goiás, através de figuras de linguagem que remetem à grandes cidades industriais, considerada por jornalistas como a Manchester goiana ou a Ribeirão Preto de Goiás. Dada a sua localização geográfica tornou-se rota de passagem comercial, cujos registros históricos iniciais datam do século XVIII quando viajantes e historiadores que circularam no Brasil passaram pela localidade. Entre o final do século XIX e início do século XX, Anápolis torna-se paulatinamente uma cidade atrativa, sendo que a partir da década de 1930 o desenvolvimento urbano torna-se mais evidente, havendo para tal muitos agentes envolvidos no processo; as mudanças políticas, a imigração e a chegada de novos meios de transporte foram cruciais para a urbanização da cidade. A historiografia de Anápolis está registrada em muitos livros e narrativas memorialistas que recortam a realidade local através do registro de eventos religiosos, acontecimentos políticos e marcos culturais, referências para a construção de cronologias e para a compreensão da temporalidade. No entanto, a história urbana que possui significativos registros dentro das narrativas é pouco estudada, principalmente no que se refere ao contexto regional em que se encontra; pode-se dizer que o processo de urbanização de Anápolis está ofuscado em sua compreensão histórica. Neste sentido, este trabalho tem por intenção, a partir da leitura das narrativas historiográficas memorialistas na cidade de Anápolis, realizar uma análise da representação do processo de urbanização da cidade de 1930 a 1970. Dentre os autores utilizados como fonte principal para esta leitura será dado destaque a quatro deles, pelo esforço com que atuaram para a sistematização do conhecimento da história anapolina, e por registrarem o recorte temporal adotado, garantido que houvesse pontos de partidas mais seguros para uma leitura historiográfica. São eles: Francisco Lopes de Azeredo Filho, João Luiz de Oliveira, Humberto Borges Crispim e Haydée Jayme Ferreira, autores das obras Dados Geográficos e Históricos do Município de Anápolis (1938), A Revista A Cinquentenária (1957), História de Anápolis (1975) e Anápolis, sua vida, seu povo (1979), respectivamente.

 Palavras-chave: Anápolis. Urbanização. Narrativas.