O objetivo do trabalho é discutir as condições de saúde pública na Província do Piauí, a partir do Hospital de Caridade instalado na capital Oeiras que, posteriormente foi realocado para Teresina. Desde a primeira metade do século XIX, discutia-se a transferência da capital, pela busca de melhores condições de desenvolvimento espacial, econômico, cultural e social, principalmente a partir dos rios Poti e Parnaíba, que melhorariam o comercio piauiense, enquanto isso, a saúde pública não era prioridade, ficando principalmente a cargo das entidades caritativas que mantinham o Hospital de Caridade. (SANTOS, 2016). A capital não possuía mínimas condições de salubridade e higiene, como: água encanada, esgoto escoado em locais adequados e fossas higiênicas, por isso, o número de endemias aumentava gradativamente, principalmente as gripes, diarreias e febres, além da epidemia de varíola. O Presidente da Província Dr. José Antônio Saraiva, insistia na mudança da capital para a Vila Nova do Poti, futura Teresina, uma vez que a atual sede não estava adequada aos padrões de civilidade, sendo considerada uma cidade dispersa e isolada. (RELATÓRIO PROVINCIAL, 1851). Mesmo não havendo melhores condições que Oeiras, a transferência ocorreu em 1852, sendo instalados a Igreja da Matriz, o Quartel de Polícia, o Palácio da Presidência e o Cemitério. Enquanto o Hospital só vai ser transferido em 1854, instalado no Quartel de Polícia por não possuir prédio próprio, contou com um número reduzido de leitos e profissionais, que se baseavam na medicina curativa e, ainda assim, a transferência não proporcionou melhores condições para a população, principalmente as classes mais pobres, que continuavam assoladas por diversas enfermidades. (FREITAS, 1988). Para isso, foi necessário um estudo bibliográfico de caráter teórico, historiográfico e metodológico de autores como Clodoaldo Freitas (1988), Nilsângela Lima (2020), Nádia Santos (2016) e José Pereira Rego (2020). As principais fontes primárias utilizadas para essa pesquisa consistem em documentos acerca da transferência da capital e as condições de salubridade foram os Relatórios de Província do Piauí e o Jornal Echo Liberal. Desse modo, foi possível notar que apesar das ideias de progresso e civilização tida pelos governantes, não havia uma sistematização acerca das medidas de higiene, e sim, ações que viriam de acordo com a necessidade da população, onde o serviço médico regular se dava somente na nova capital, enquanto as cidades do interior não possuíam assistência ou eram precariamente atendidas, ocasionando o aumento de diversas doenças e aparecimento de outras.
Palavras-chave: História. Província do Piauí. Saúde Pública. Hospital de Caridade.