Da Imprensa ao TikTok: como situar o leitor contemporâneo?

Autor(a) principal: Aline Maria Lepick Chamone
Co-autor(a): Yohana Tôrres Monteiro

A prática da leitura silenciosa está relacionada às transformações subjetivas e sociais que podem ser situadas historicamente. Dessa maneira, o ato de ler enquanto prática cultural delineia-se através de elementos sócio-históricos presentes no cenário social. O surgimento do leitor moderno está atrelado a fatores como o desenvolvimento da imprensa, à expansão da escola (e, consequentemente um aumento no número de pessoas alfabetizadas), assim como, à valorização da privacidade no âmbito doméstico e familiar (Lajolo e Zilberman, 2019); (Chartier, 2009). Os lugares da leitura e as formas de ler se modificam e se transformam, porém, ao mesmo tempo, o próprio ato de ler permanece em si. Há algumas décadas, o meio impresso deixou de ser o único formato possível para acessar textos, por conseguinte, a forma de consumir estes textos também passa por alterações. Assim, convém a questão: Como situar o leitor contemporâneo? Este trabalho se propõe a tratar da figura do leitor a partir de perspectivas teóricas que traçam sua história (Bourdieu e Chartier, 2011); (Chartier, 1998; 1999; 2009); (Elias, 1993); (Lajolo e Zilberman, 2019); (Manguel, 2004) e debruçar o olhar sobre fenômenos contemporâneos. O recorte se dará, sobretudo, em analisar como a presença da temática da leitura dentro da rede social TikTok, atraí e jovens e adolescentes e revela números expressivos na hashtag BookTook que acumula bilhões de visualizações sobre as recomendações literárias dos usuários denominados “booktokers”. Sendo assim, o trabalho buscará pensar sobre construção histórica do leitor e articular as demandas do presente à questão da leitura e de seus agentes.

Palavras-chave: História do leitor. Leitura. Tiktok. Livros.