Ele, Anderson Herzer, que criou um nome para si: gênero e políticas de subjetivação em “A queda para o alto”.

Autor(a) principal: José dos Santos Costa Júnior - UFRGS
Co-autor(a): -

Em meios às memórias da infância e os primeiros abusos sofridos; por entre medos, receios e esperanças de um tempo novo para si e para os outros, eis que Sandra Mara Herzer transformou-se, constituiu-se de outro modo no interior da instituição Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor em São Paulo (FEBEM-SP), nomeando-se como Anderson Herzer. Do nome às práticas sociais e sexuais que esta personagem narra em seu depoimento “A queda para o alto”, publicado com o seu conjunto de poemas pela editora Vozes em 1983, pode-se cartografar as linhas de força que atuaram na produção de uma subjetividade marcada pela transmutação de si mediada por uma escrita como gesto de revolta e expectativa sobre o mundo e a vida. Tecendo um diálogo com Michel Foucault, Judith Butler e Guacira Lopes Louro, este texto mobiliza aspectos de um documento-monumento que permite pensar a genealogia de um corpo estranho em meio às diferentes políticas que definiram as relações sociais de gênero como práticas de dominação sobre si e os outros/as.

Palavras-chave: História das Juventudes. Escrita de si. Gênero; História da Subjetividade. Pós-estruturalismo.