Esta pesquisa analisa os efeitos da série de ataques do submarino alemão U-507 aos navios mercantes brasileiros Baependi, Araraquara, Aníbal Benévolo, Itagiba e Arará, no litoral de Sergipe e Bahia, entre os dias 15 e 17 de agosto de 1942. A agressão sofrida provocou a entrada do Brasil como único país da América do Sul a se envolver belicamente no maior conflito mundial, a Segunda Guerra (1939-1945). O objetivo da pesquisa é analisar como os torpedeamentos influenciaram o cotidiano da cidade de Aracaju, identificando os espaços e personagens envolvidos com o evento, a partir da análise de jornais da época. O trabalho usou como fontes os seguintes jornais: Folha da Manhã (1942), A Noite e A Batalha. A partir da interpretação dos noticiários percebe-se como o cotidiano de Aracaju foi modificado pela tragédia da Guerra, a carestia foi um dos problemas que se intensificou com o conflito, a ocorrência de blackouts entre outros. Algumas fontes também possibilitaram o estudo do tratamento destinado aos estrangeiros do Eixo (alemães, italianos e japoneses), após o ataque. Baseada na análise dos jornais se nota uma desconfiança em relação aos estrangeiros do Eixo, que foram descritos como traidores da pátria, boateiros, integralistas etc. O ambiente de insegurança instalado na cidade provocou reações imediatas da população, na busca por culpados pelos torpedeamentos sofridos, desencadeando ações violentas contra alguns estrangeiros, a exemplo da depredação da casa do italiano Nicola Mandarino. Mandarino era industrial, comerciante influente na década de 1940 em Sergipe, tendo sido preso na ocasião dos ataques, suspeito de colaborar com os torpedeamentos, algo que não foi comprovado, embora tenha sido indiciado pela polícia por posse de armamento de guerra e material de propaganda nazista. A pesquisa é apoiada com bolsa de iniciação científica do CNPq.
