Eu também sou sentimental: a construção da ideia de MPB e a exclusão dos “cafonas”

Autor(a) principal: Matheus Bomfim e Silva
Co-autor(a): -

Durante a década de 1970 no Brasil muitos artistas fizeram sucesso cantando baladas românticas, como Odair José, Agnaldo Timóteo, Nelson Ned, Fernando Mendes e outros, foram taxados de “cafonas” pela mídia e pelos pesquisadores da música brasileira, acusados de fazerem uma música alheia às questões sociais e políticas do país. Em contraste com a recém formada MPB, que tinha o objetivo de ser uma arte engajada e questionadora do regime militar. Entretanto, com base na análise das letras e leitura de bibliografia sobre o período citado e a ditadura militar, percebemos que tanto Odair e os demais questionaram a moralidade vigente e deram protagonismo a grupos marginalizados, como a prostituta e os homossexuais. Odair José teve canções censuradas por irem contra a moral e bons costumes defendidos pelo regime e setores da sociedade e Agnaldo Timóteo compôs uma trilogia de canções sobre os sentimentos dos homossexuais. O seguinte trabalho mostra que mesmo cantando sobre esses temas importantes e sofrendo censura, esses artistas sofreram preconceito por parte de grupos intelectuais e em consequência foram pouco discutidos na nossa historiografia sobre música e censura durante o regime militar pós golpe de 1964.

 Palavras-chave: Música. MPB. Cafona.