Dialogar em relação às narrativas referentes as políticas afirmativas, no Brasil, têm demarcado novos movimentos para grupos culturais que, antes silenciavam suas origens e, ao mesmo tempo, buscavam refletir sobre o conceito de democracia racial no país. “Saberes transformadores em reivindicações, das quais várias se tornaram políticas de Estado nas primeiras décadas do século XXI” (GOMES, 2018, p. 14), em 2003, foi aprovada a Lei nº 10.639 que torna obrigatória o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana em todos os estabelecimentos de ensino da rede pública e privada no Brasil, alterando altera a LDB (Lei de Diretrizes e Bases), que se fortaleceu com o Estatuto da Igualdade Racial Lei nº 12.288/10. Refletir sobre o contexto historiográfico referente à presença da população negra em território brasileiro é necessário ter a compreensão da não participação dessa população nas narrativas da formação histórica, política e cultural da nossa História, pois, “A História única cria estereótipos, e o problema com os estereótipos não é que seja mentira, mas que são incompletos. Eles fazem com que uma História se torne a única História” (CHIMAMANDA, 2019, p. 26). A solução para reconstruir as narrativas da historiografia não deve se guiar pela atitude individual de professores em determinadas escolas, apenas aquele que dialoga com a Lei Nº 10.639/03, por ser militante do Movimento Negro, mas ter o entendimento de que a lei precisa ser implementada no plano curricular da escola no cotidiano por parte da rede, que é responsável pela educação, mas que sejam compreendidas as raízes históricas e estruturais que o consolida o racismo no Brasil. Portanto a pesquisa tem como objetivo reunir as fontes relacionadas ao contexto da disciplina de História e contextualizar com métodos e o conceito da Pretagogia sendo implementado através do Hip Hop, pois escola fortalece laços afetivos, mobiliza conjuntos de pessoas que passam a ser fundamentais para dialogar com uma educação antirracista e que, ao mesmo tempo, reflete as relações econômicas, políticas e culturais existentes na sociedade onde estar inserido boa parte da população negra visto no contexto do período escravista no Brasil e no cotidiano deixado pelo legado desse processo que aponta para a população negra o seu lugar no meio social. Nesse sentido dialogar com a PETIT com o conceito da Pretagogia é fundamental para o entendimento do silenciamento da população negra no Brasil, pois segundo ela, “A cosmovisão africana se faz cada vez mais presente e, sobretudo, mais consciente quando descobri o quanto ela perpassa não somente a minha vida como afrodescendente, mas ainda, a vida dos meus estudantes nesse Ceará nordestino (PETIT, 2015, p. 64). Portanto é nesse contexto que na E.E.B. José Lins de Albuquerque, idealiza o projeto “Historiando através das narrativas do Hip Hop no cotidiano das aulas de História: contribuições para implementação da Lei Nº 10.639/03 na educação básica”, tendo como referência o Hip Hop, sendo o conceito da Pretagogia e na metodologia das estações de aprendizagem criada por PETIT, por meios das aulas remotas e das tecnologias digitais da escola citada.
Palavras-chave: Antirracista. História. Hip-Hop.