O termo memoricídio tornou-me conhecido durante o XVIII Seminário Internacional Mulher & Literatura, utilizado pela professora Dra. Constância Lima Duarte ao referir-se ao apagamento das escritoras da História e da Literatura com o intuito de silenciá-las e invisibilizar suas produções intellectuais. O silenciamento e a invisibilidade das escritoras dos séculos XVIII, XIX e início do século XX ocorreu em todo o mundo. Aqui no Ceará é possível constatar essa obliteração ao consultarmos os livros de Literatura e de História cearense nos quais podemos verificar a ausência dos nomes de mulheres que participaram da imprensa e da literatura bem como de movimentos importantes como a abolição da escravidão e da luta pela emancipação da mulher. Um longo trabalho de pesquisa foi realizado com o objetivo de resgatar os nomes dessas mulheres que ficaram a margem da Literatura e da História em razão do poder patriarcal, hierárquico e segregador. Através de investigações bibliográficas e em periódicos locais foi possível identificar o nome de 71 escritoras que participaram ativamente da vida social e intelectual do Ceará no final do século XIX e início do século XX. Uma nova historiografia precisa ser realizada para que essas mulheres tenham voz e para que os seus textos e as suas obras literárias saiam do anonimato. Esse estudo utiliza-se dos seguintes teóricos para fundamentação: Aldazira Bittencourt, Constância Lima Duarte, Dolor Barreira, Elodia Xavier, Heloisa Hollanda , Michelle Perrot, Nelly Novaes, Sânzio de Azevedo e Zahidé Muzart.
Palavras-chave: Memoricídio. Literatura. Autoria feminina. Ceará. Século XIX.