Observar, a partir da sala de aula, a relação entre movimentos culturais, revisão historiográfica, ensino de história e entendimento que um povo tem de si mesmo não é tão simples. Apesar de estarem conectados, esses elementos não estão relacionados de forma direta, como uma estrada larga, com ponto de início e fim. Essa relação é mais parecida com veredas, as quais se cruzam e se afastam, levando a vários caminhos. Neste trabalho, pretendemos levantar um debate em torno da compreensão de si, pelas comunidades, formadas por povos originários, e o ensino em sala de aula sobre esses povos. Essas comunidades, aos poucos, a partir de vários debates, passaram a questionar seu próprio passado e a percepção de que esse passado não era representado na sociedade em geral, o que levou a vários questionamentos sobre a história que se contava nos livros, tanto nos didáticos, nas escolas, quanto, nos escritos pelos pesquisadores acadêmicos. Desse modo, a partir dessas questões analisamos o debate em torno do ensino de história das questões étnico-raciais na sala de aula, buscando compreender como as informações sobre os povos originários chegam às escolas e como os estudantes podem se reconhecer como pertencente a uma comunidade originária.
Palavras-chave: Cultura. Historiografia. Ensino de história. Sala de aula.