O Mito das “Portas Abertas”: imigração, imprensa e legislação sobre estrangeiros na Primeira República

Autor(a) principal: Guilherme Borges Da Silva
Co-autor(a): -

Entre o final do século XIX e o início do século XX percebemos a constante e avolumada chegada de imigrantes ao Brasil. Naquele contexto de transição entre a derrocada da monarquia e do escravismo e a ascensão do regime republlicano e do regime de trabalho livre, muitas questões passaram a suscitar a formação da identidade nacional brasileira. Na imprensa, os debates em torno da composição étnica ideal para a sociedade brasileira ganhavam cada vez mais notoriedade. Ao mesmo tempo, a proscrição dos imigrantes tidos como “indesejáveis” também se sobressaia. O alarde, em torno das populações “não-europeias” produziriam uma retórica de “ameaça” ou mesmo de perca da “ordem civilizatória” pela adição de elementos considerados “não-civilizados” ou mesmo inferiores. A imprensa do período, teria dessa forma mobilizado grande parte da opinião pública para reprimir ou mesmo desencorajar a chegada dos imigrantes “indesejáveis” ao país. A mobilização em torno desse objetivo, motivaria mais tarde a promulgação de uma série de leis restritivas e circunscritas aos imigrantes não-europeus, demonstrando historicamente a irrisória e rasa percepção do Brasil como um país que recebeu de “portas abertas” todos aqueles que aqui tinham como destino.

 Palavras-chave: Imigração. Imprensa. Legislação.