Construir explicações plausíveis e éticas acerca do passado humano tendo como base a documentação disponível. Esta é uma das funções primordiais do historiador. Todavia, ao longo da história, percebe-se que tal premissa nem sempre norteou a construção das narrativas daqueles que tomaram o passado como objeto de pesquisa. Manipulações com vistas à construção de ideologias (muitas vezes preconceituosas e violentas) foram recorrentes, sobretudo em momentos de crise econômica, instabilidade institucional e consternação social. Em relação a períodos mais distantes e desconhecidos por parte do grande público, como a Idade Média, tais ações parecem ganhar ainda mais força. Com o advento e avanço das redes sociais, as possibilidades oferecidas aos manipuladores e negacionistas tornaram-se praticamente infinitas. Analisar como algumas das formas pelas quais o passado medieval e uma determinada estética a ele relacionado foram usadas com intenções voltadas para contextos específicos da atualidade, assim como as relações de força por trás desses usos é a proposta central desta comunicação que também abordará a necessidade do historiador medievalista compreender e dialogar com os seus novos públicos, dentro e fora dos ambientes universitários, a partir de suas renovadas demandas e novas linguagens.
Palavras-chave: Idade Média. Usos do Passado. História Pública.