Para frente Brasil: a seleção brasileira como ferramenta de propaganda política e legitimidade do regime militar durante o governo Médici (1969 – 1974)

Autor(a) principal: Romulo Cesar Barros Aguiar
Co-autor(a): -

Em 1969, iniciou-se oficialmente a associação entre a Seleção Brasileira e o governo Médici visando a melhor preparação possível em busca da conquista da Copa do Mundo de 1970, sediada no México, para resgatar o prestígio esportivo da equipe nacional. Por outro lado, o governo buscava nesta parceria reverter sua imagem impopular, utilizando a Seleção como propaganda política para legitimar a ditadura militar instalada em 1964. Partindo deste contexto, esta pesquisa aprofundou-se na construção da relação entre o time nacional e o governo militar, seus objetivos e as etapas do processo que perdurou até o final do governo Médici. Identificando os aspectos, buscamos evidências que apontem o papel da Seleção Brasileira na consolidação da ditadura militar, funcionando como um mecanismo essencial no projeto nacional-desenvolvimentista idealizado pelos militares. Construímos uma pesquisa documental, cujas fontes utilizadas são jornais e revistas, alinhados ou não ao governo, de grande repercussão na época, considerando a função importante da mídia na divulgação da associação entre Seleção e governo. Os resultados evidenciam que o projeto trouxe benefícios para ambos os lados, esportivo para a Seleção e político para a ditadura. O time nacional se tornara símbolo de orgulho para a nação e, se aproveitando da situação, o governo buscou associar-se a imagem da equipe através das mídias do período, capitalizando o processo para alavancar a popularidade do general-presidente junto à população.

Palavras-chave: Seleção Brasileira. Ditadura Militar. Propaganda Política. Legitimidade.