A presente proposta tem como objetivo analisar os saberes e fazeres ancestrais que atravessam a construção identitárias das comunidades que se constituíram na região do Vale do Sambito no estado do Piauí. A relação com a terra, as relações de trabalho, as epistemologias erigidas na vivência cotidiana e as manifestações religiosas forjaram um espaço de identificação e vivências que servem de marcadores socioculturais dos sujeitos que ali habitaram e dos que ainda habitam. No ambiente do semiárido e nas tradições marcadas pela oralidade a vida foi se constituindo em estados de confluências, como nos ensina Nêgo Bispo (SANTOS, 2023). Os ensinamentos desse pensador piauiense que evidenciou os modos de saber e fazer dos povos tradicionais nas áreas rurais do Piauí, apontando nas práticas e nos saberes ancestrais modos de contracolonizar, orientam o olhar historiográfico que foi lançado sobre as narrativas, as memórias e os vestígios materiais produzidos pelos sujeitos cujas histórias de vida são objetos desta pesquisa. Tal proposta se assenta nas entrevistas, na tradição oral, nos registros fotográficos e na cultura material como expressão dos modos de vida rurais e das construções identitárias. Aqui se entrelaçam os saberes na lida com a roça, as relações de trabalho, o lazer e as manifestações religiosas das comunidades que circundam o Vale do Sambito, um importante rio da região. SANTOS (2023), SANTOS (2013), POLLAK (1992), SEGALEN (2002), MORAIS (2021) orientam o caminho historiográfico percorrido e ainda a percorrer para pensar os saberes, as memórias e as identidades destes piauienses.
Palavras-chave: Ancestralidade. Identidade. Memória. Confluências.