O presente resumo aborda, os conceitos fundamentais subjacentes aos estudos do pós-colonialísimo , da decolonialidade e das análises subalternas, propondo uma crítica às premissas do pensamento colonial. Inicialmente, destaca-se a intricada interligação entre colonialismo, capitalismo e o imperialismo no processo de formação da modernidade. A universalização dos discursos ocidentais, permeados por uma hierarquização racial, e os impactos globais decorrentes dessa tríade histórica. A partir do século XVIII, emergiram movimentos políticos e acadêmicos, notadamente o marxismo e os estudos pós-coloniais, voltados para a compreensão e superação da tríade colonialista. É possível categorizar esses estudos em três momentos distintos: o anticolonial, imbuído da influência do pan-africanismo; o canônico, centrado na desconstrução das estruturas mentais pós-coloniais com destaque para a obra de Edward Said, “Orientalismo”; e o decolonial, caracterizado por críticas mais radicais à modernidade e ao eurocentrismo. O primeiro momento, identificado como pos colonislismo anticolonial, delineia-se pela participação de intelectuais ativistas, cuja inspiração remonta ao pan-africanismo e a figuras proeminentes como Aime Cezar e Franz Fanon. A segunda fase, canônica, concentra-se na desconstrução das estruturas mentais coloniais, valendo-se de correntes como o pós-estruturalismo e os estudos literários. A terceira fase, decolonial, estabelece uma relação intrínseca com os movimentos latino-americanos das décadas de 1990. Os estudos decoloniais buscam, de maneira crítica, questionar a modernidade, considerando-a como parte integrante da colonialidade. Influenciados pelos grupos subalternos surgidos na Índia na década de 1970, esses estudos visam resgatar saberes tradicionais suprimidos pela modernidade. Apesar das nuances regionais, os três momentos compartilham uma postura comum de crítica ao colonialismo, sendo herdeiros dos movimentos de independência africanos das décadas de 1950, 60 e 70. Na esfera historiográfica, tais estudos propiciam uma compreensão aprofundada das lutas africanas do século XX, alertando para a influência persistente das ferramentas coloniais na historiografia tradicional. Os estudos decoloniais, por sua vez, sugerem possibilidades de superação das ferramentas analíticas da modernidade. Enquanto isso, os estudos subalternos, embora regionalmente focados no sul da Ásia, reforçam a importância de conceder voz aos subalternizados. Portanto, a abordagem pós-colonial, englobando pós-colonialismo, decolonialidade e estudos subalternos, propõe uma análise crítica e ações anticoloniais por meio da pesquisa acadêmica e da práxis política. Os conceitos-chave, a saber, colonialismo, imperialismo e capitalismo, compõem a tríade da modernidade, e a revisitação crítica dessas correntes contribui para uma compreensão mais ampla e inclusiva da narrativa histórica global, desafiando as tradicionais perspectivas e amplificando as vozes historicamente marginalizadas.
Palavras-chave: Pos-colonialismo. Decolonialidade. Estudos subalternos.