O trabalho a ser debatido busca analisar as modificações na organização social e espacial dos índios da Ibiapaba na atuação da missão jesuítica no século XVII-XVIII com a presença mais especifica dos padres Ascenso Gago, Manoel Pedroso (1691-1759) e João Guedes (1723-1759) que atuaram como agentes articuladores entre os interesses da coroa portuguesa e da igreja católica no projeto de colonização com o disciplinamento dos corpos dos indígenas através do aldeamento e nele os padres atuavam na intenção de fazer dos índios indivíduos sedentários, trabalhadores no padrão europeu, católicos com pudor da sua nudez e das suas crenças. Através dos documentos do conselho ultramarino, cartas e outros registros produzidos pelo estado português e os jesuítas que atuaram na região é possível visualizar na documentação em questão uma escrita etnocêntrica com intencionalidade de negação dos nativos e alteração do seu modo de vida e neste novo contexto colonial os nativos tiveram que ressiginifcar e negociar seus costumes em um espaço que passou de aldeia administrada pelos inacianos para a Vila Viçosa Real em 1759 agora sob administração da coroa portuguesa com a expulsão dos jesuítas e implantação do Diretório Pombalino. Hoje cidade de Viçosa do Ceará situada na região da Ibiapaba a 349 km de Fortaleza possuindo um conjunto arquitetônico com características coloniais tombado pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) em 2003.
Palavras-chave: Jesuítas. Urbano. Índios.